Histórias do Knightmare III: Evolução da história e Ascensão

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Fester Adams
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Histórias do Knightmare III: Evolução da história e Ascensão

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Em junho, Knightmare se debruçou sobre a criação da história do Tibia e as diferentes maneiras de levá-la ao conhecimento dos jogadores.
No entanto, o conhecimento não é estático. Você provavelmente pode dizer que ele tem vida própria em si. Ele está em constante crescimento, e se adaptando para incluir novas histórias e personagens. Ele fornece a estrutura para construir um mundo envolvente e dá a este mundo uma razão e um propósito.
Este mês, Knightmare compartilha seus pensamentos acerca do conceito da ascensão na história do Tibia, e como isso tem ajudado na expansão desta.
Com a gênese do Tibia tivemos uma base sólida para expandir. Muitos conceitos que surgiram depois refletem a realidade e as necessidades em harmonia com a história de fundo. Eu construí uma história por caminhos que permitissem explicar (ou pelo menos justificar) várias expansões futuras que viriam. Se você der uma olhada de perto e brincar com algumas interpretações, verá que mesmo as mudanças nas regras do jogo são, de alguma forma, explicáveis dentro do contexto.
Juntei alguns conceitos bastante flexíveis e moldei eles sobre algo que pudesse vir a ser adaptável a longo prazo.
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Um dos conceitos mais básicos é a ideia de que existem almas habitando os aventureiros tibianos. Embora isto seja pura interpretação, é uma tentativa de explicar imortalidade dos jogadores, considerando-se haver morte “real” no Tibia. Isso é meio estranho, mas certamente é melhor do que não apresentar conceito algum. Portanto, em teoria, existem dois tipos de habitantes no Tibia: os imortais que podem morrer e morrer de novo e, aquele tipo que você ouve falar nas histórias e livros, que tiveram uma morte nobre ou trágica e nunca serão vistos novamente.
Não há referências robustas quanto a isso, mas, por certas razões: isso deve ter uma explicação, pois, afinal, cada morte diminui a imersão dos jogadores no jogo. Por isso, é necessário fazer menção a esse fato.
A falta de informações sobre isso poderia ser atribuída ao fato dos deuses implantarem a ignorância em todas as criaturas conscientes, ou, talvez, seja apenas uma espécie de tabu. Talvez o turbilhão de almas pareça ser uma experiência tão angustiante quanto o ato de reencarnar de modo que ninguém queira falar sobre o tema. Provavelmente, seja uma mistura de ambos. No entanto, existem cultos no Tibia que se referem a essas circunstâncias. Atualmente, elas não estão presentes no jogo de forma tão clara, como eu havia idealizado originalmente, mas talvez algum dia no futuro, encontraremos tempo e espaço para expandir a ideia. Deveria ser óbvio que algo como a reencarnação seja repleto de superstições uma vez que a possibilidade de se acreditar que um sistema, mais ou menos estranho, possa evoluir a partir disso é alta.
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Vagamente ligado a isso está o fato de que existem certas raças na cosmologia Tibiana que se prendem à ideia da ascensão por meio de definidas ações inseridas em seu sistema de crenças. Agora é onde fica mais complicado, pois não há ninguém que possa dizer com certeza, se alguém ou alguma coisa que é apenas poderoso ou seja mesmo um deus. Permitam-me explicar o conceito de ascensão no Tibia…
Deuses que ascenderam, se são uma realidade ou apenas uma possibilidade não vem ao caso julgar, são provavelmente diferentes dos deuses originais. No entanto, isso não afirma nada sobre seu poder. Um deus ascendido – vamos nos referir a essas entidades desse jeito ao longo do texto – poderia ter uma melhor conexão e compreensão do mundo e, portanto, influenciar mais fortemente. Por outro lado, os deuses originais tem acesso a recursos muito abstratos para que os ascendentes compreendam, a menos que algum deles tenha ascendido em uma forma incrivelmente anciã. Seja qual for o resultado metafísico da ascensão, se for bem sucedida, certamente dará à luz a uma entidade extremamente poderosa.
Muitas das raças que perderam a fé em seus criadores têm procurado ascendentes para obter orientação e talvez, poder. No entanto, por algum motivo, os resultados de adorar ascendentes são discutíveis na melhor das hipóteses,. Os elfos, por exemplo, acreditam firmemente em vários ascendentes. Há contos que se relacionam aos dias mortais deles, mas os contos sobre visões ou ajudas concedidas são discutíveis. No entanto, isso não difere dos resultados da adoração aos deuses originais. Há apenas alguns milagres que estão associados a eles, e também há quem os interprete como coincidências. Pode parecer que os deuses tenham trazido um poço de ordem para o mundo, tendo em seguida, largado-o sozinho na maior parte do tempo, logo após de terem visto o caos causado por suas intervenções nos assuntos mundanos. Ironicamente as criaturas que se presume de o contato mais próximo com seu criador são os demônios – mesmo contestado por muitos como forma de rejeição à glória demoníaca.
Cabe aos jogadores interpretarem a vontade dos deuses de uma maneira que melhor se adapte ao seu estilo de jogo. É sua escolha se eles acreditam nos ascendentes, ou talvez até inventar seu próprio mito da ascensão. Na linha de tempo da história tibiana, a influência da ascensão e dos ascendentes é visivelmente percebida em Ankrahmun e Zao. Em Ankrahmun, o deus rei Arkhothep pacientemente trabalha em sua própria ascensão através de meios místicos. Em torno dele surgiu um culto inteiramente voltado à crença de que o único caminho para a verdadeira ascensão é tornar-se um morto-vivo. Em Zao, alguém ou alguma coisa, faz sua própria ascensão (pela segunda vez), admitindo haver um caminho para a ascensão por conta própria.
Ambas histórias sedimentam-se em conceitos antigos que remetem aos primórdios do Tibia. Mesmo com pouca interação dos deuses, não existe dúvida sobre a real existência dos deuses originais, pelo menos. As pessoas sabem sobre sua existência embora sua natureza possa ser contestada.. Várias raças também acreditam que para ascender à divindade, não é necessário ser um ser ascendente consciente. Desse modo, segundo eles, é possível que alguma força da natureza os ascenda. É por isso que os bárbaros acreditam no vento gelado do norte como uma força divina, à qual chamam de “chyll”.
Essa teoria é julgada como superstição por muitos outros. Eles argumentam que essas forças ainda estão presentes no mundo físico, enquanto os ascendentes reais não estão. Contudo isso pode ser atribuído há inúmeros efeitos. Além disso, não se pode negar que um dia haja ascendentes conscientes no mundo dos mortais unicamente por desconhecer a existência de algum eles até então.
Claro, dentre as muitas seitas obscuras, cultos e sociedades secretas que abraçaram a ideia da ascensão, de alguma forma, os adoradores dos mortos-vivos já mencionados de Ankrahmun integram a mais conhecida delas. No futuro, nós certamente veremos mais desses cultos e suas ações, tanto de ascendentes quanto daqueles que ainda estão seguindo seu caminho, isso pode ser certo ou errado. O resultado da ascensão é provavelmente, tão variado quanto os meios para alcançá-la. Para alguns, pode-se tornar um com princípios que defendem, enquanto outros visam atingir um estado etéreo para fundir-se com a mente subconscientes de seus povos. Outros ainda, tentam criar seu próprio reino do “céu” para nele residir mais ou menos fisicamente. As possibilidades são infinitas.
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À vista dos sábios contadores de histórias, todo este conceito é bastante útil: ele permite que você vá e incorpore-se com um número ilimitado de deuses menores, sejam reais ou não, sempre que existir uma nova raça ou algo parecido sem ter que quebrar as regras da sua própria cosmologia. Você precisa de um culto de metamorfos adorando um escorpião? Não tem problemas, aqui está o ascendente que você está procurando! Sendo assim, ele realmente oferece um espaço para suas próprias histórias e imaginação.
Bem, é claro, também existem segredos fundamentais… perguntas sobre o que está realmente acontecendo e quem está planejando com que propósito. Isso é algo que ninguém tem conhecimento, porém, sendo que as referências sejam extremamente escassas e que muitos tentem interpretar, eles não poderiam dizer nada agora. É muito improvável que alguém ache de forma acidental a trama por baixo do qual eu estou falando. Mas isso não é realmente necessário, pois no tempo certo quando chegar a hora, as peças do quebra-cabeça irão se reunir e isso terá sua importância.
O que você acha sobre o conceito da ascensão no Tibia? Será que o seu personagem cultua algum deus? Ou você considera a gênese uma mera ilusão? Talvez você faça parte de um culto tibiano?
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